8.31.2010

still I keep my love for you

 there's no place to hide. - ao som de bowie

voltei pra ti. depois de um longo tempo. sei lá. foi melhor assim. sumi, porque só fazia besteira na tua frente. ficava muda com cara de paisagem, quando deveria te falar: eu te amo, sem engano. e quando resolvia falar, falava mil absurdos um atrás do outro, tentando ser indiferente aos teus segredos e amores. às vezes eu fazia brincadeiras de mau gosto e ofendia tuas paixões, mesmo sabendo que isso te deixava mal, mas  entenda, eu era egoísta demais pra pensar em ti. a verdade é que eu sentia cãimbras no coração, antes, durante, e depois te encontrar e isso fodia com meu bom senso. eu sumi porque não existia futuro entre a gente. doeu na alma ter a certeza de que éramos melhores como amigos. não dava pra se omitir em mentiras, era fato: como amantes éramos um fracasso. meu sumiço foi covarde, fajuto, eu sei. com minha ausência corri o risco de parecer que não te queria mais na minha vida, mas não, eu só queria um tempo pra definir meus sentimentos. tu sabe o quão confusa e psicótica eu fico enquanto não tenho respostas, e só fico em paz, quando entendo meu lugar nas histórias.  entenda, eu sumi para depois poder voltar, e estar para sempre do teu lado, de novo, melhor que antes. eu sabia que a saudade e o tempo fariam muito mais por nós dois, do que um grude que só nos fazia mal. o que tínhamos era um amor desajeitado de gosto de agridoce e amargo, e às vezes até cruel. amávamos outros e desejávamos outros, e às vezes, em noites perdidas, curtíamos nossa solidão a dois. por isso, eu sumi. porque tive que escolher de uma vez por todas o que tu seria pra mim. meu amor, ou meu amigo. e nossa amizade sempre foi mais forte que qualquer sexo bom que tenhamos feito! tu sabe disso! e foi muito difícil aceitar essa verdade, por isso eu sumi. deixei com o tempo. e é claro que senti um medo assombroso de nos perdemos de vez, mas pra minha e tua alegria, foi quando nos ganhamos de verdade. nossas almas se reencontraram tranquilas, e agora, sem drama, continuamos nos amando. como tu mesmo diz, juntos somos imbatíveis,  e  pode admitir, tu sem mim  é metade, é triste feito uma música horrenda tocando num rádio velho num buteco sujo cheio de baratas e de bêbados ordinários. pode sorrir do meu exagero, tu sabe que esse sempre foi meu adjetivo mais forte, e é exatamente por isso que tu me ama. é meu bem, não esqueça, foi só o nosso ângulo  que mudou, as quinas continuam as mesmas. continuamos os mesmos palhaços se exibindo naquele velho picadeiro. a diferença, é que agora sabemos o nosso lugar nas nossas vidas, e láááá no fundo, nós sempre soubemos. nós sempre fomos, e seremos, bons e velhos amigos. eu admito que sem ti sou um velho e empoirado disco de chico, esquecido numa prateleira de um velho com alzheimer, por isso eu prometo que nunca mais sumo, prometo. palavra de escoteira.

I'm happy, hope you're happy too
I've loved all I needed to love

David Bowie - Ashes do Ashes

my song for you

meu coração é uma máquina de escrever  / as paixões passam, as canções ficam / os poemas respiram nas prisões / pra ler um verso, ouvir, escutar meu coração falar até se calar a pulsação/ meu coração é uma máquina de escrever no papel da solidão / meu coração é da era de Guttemberg / meu coração se ergue / meu coração é uma impressão / meu coração já era quando ainda não era a palavra emoção / mas há palavras no meu coração, letras e sons, brinquedos e diversões / que passem as paixões / que fiquem as canções / nos poemas, nos batimentos das teclas da máquina de escrever / meu coração é uma máquina de escrever ilusões / meu coração é uma máquina de escrever / é só você bater pra entrar na minha história.

pedro luís e a parede. máquina de escrever

8.30.2010

terapia no bate-cabelo

eu nunca disse aqui, mas sou friendly simpatizante e tenho orgulho de ser. e hoje, almoçando com meu melhor amigo gay, tive  pela milésima vez a certeza de que ter um amigo do babado, é essencial na vida de uma mulher, e ter vários, é a glória. às vezes, quando entristecida da vida, mal paga e mal amada,  sempre esquematizo um encontro que sei que me fará muito feliz . entro em contato com azamigues bee e entro em ação. abro o closet e preparo a produção. é assim, tudo no clima over the rainbow. peep toe bafônico, look ladylike, make de diva e laquê no topete. it girl poderosa, i'm ready for the floor. é que eu faço terapia no bate-cabelo, e sabe a baixa auto estima? ela sai do meu corpo exorcizada pelo poder de lady gaga. saio de casa toda abusada, e vou pro bar-buatchy-pub-gls mais descolado da cidade, onde tudo acontece, e por lá mesmo fica. chegando lá, mudo de idioma, e faço a garota bem nascida ambigua com semblante blasé. nhaaaaae gatããããn. beijinhos e beijinhos. muah muah. hora de pagar peitinho e fazer bichalouquices, afinal é um lugar onde não existe senso do ridículo. bom senso? claro que não, oras. girls just wanna have fun. nesse baile purpurinado de divas profanas e superhomens sapatas ninguém é barrado. seja loira ou morena, santinha ou malvada, princesas corneadas ou marilyns complexadas, todas  são radiantes se jogando freneticamente no dancefloor. cervejas, madonnices e gagaísmos, fazem qualquer noviça virar rebelde e esquecer os bons costumes ensinados pela mamãe. dramas são esquecidos e todas se transformam em monas atrevidas biologicamente programadas pra dançar. e sinceramente mon amis, não há terapia melhor. eu aprovo e indico. abravanar com azamigas gays, é tudoooooán gatããããn.

8.28.2010

mon petit

é engraçado como o tempo cura mesmo a dor. é um ditado piegas, clichê, demodê, mas que ele cura, isso ninguém pode negar. 

há alguns anos, eu, inconsolável, lembro bem de ter dito - haja tempo pra curar essa dor. dor de perder alguém que mal chegou e se foi sem nem saber dizer adeus. porém o tempo, mano velho, fez sua parte. fez com que a dor passasse, e hoje só tenho de ti uma boa lembrança, que vez ou outra me faz imaginar como seria minha vida contigo aqui. hoje no almoço a vovó lembrou que tu já teria quatro anos se tivesse aqui, e pode ter certeza, aqui tinha muita coisa boa pra você. tinha eu, a vovó, o vovô, vários tios e tias te amando com todo  o coração. todos iriam fazer suas vontades, especialmente a vovó, ela iria te mostrar um mundo bom e cheio de cores. o vovô tentaria ser legal, e acho que leria fernando sabino pra você. também brincaria de mágica e faria coisas que  só os avôs fazem. já seus tios e tias, te ensinariam a falar a palavrão e a fazer gestos obcenos, só pra me irritar. e seu pai? não sei. ele sempre teve uma existência vazia e não tinha muito rumo na vida. mas eu meu amor, iria ser tua luz. iria te ensinar que o mundo é caótico, mas é bom. iria te mostrar a chuva e o pôr do sol,  e ajudaria a encher teu baú de tesouros.  te ensinaria a gostar do led, dos beatles e dos stones, e dançaríamos de mãos dadas todos os dias. brincaríamos de bolha de sabão, comeríamos algodão doce, e procuraríamos desenhos nas nuvens. e antes de dormir, eu sempre te abraçaria, e cantaria chico, até você cair no sono. eu ia cuidar de ti, meu pequenino, eu juro. nós seríamos amigos e tu me contaria das brincadeiras da escola. iriamos juntos ao cinema ver seus filmes favoritos, e na tua frente eu nunca teria medo. eu te protegeria de tudo que fosse ruim, eu juro. eu tentaria ser boa, ser justa, mas meu esforço maior seria pra te ver sorrir. eu seria teu par, e riríamos para o céu andando de roda gigante. eu te amaria muito, com muita força. pena que a vida nem sempre é boa com a gente, e infelizmente meu pequeno, nada disso vai acontecer. há quatro anos um vento forte soprou, e num encantamento te fez anjo. nem pude ouvir teu cantar, nem sentir teu pulsar, nem te ver brilhar. tu não teve tempo pra sentir todo o amor que tinha aqui, pra ti. era tanto amor petit, tanto amor. nunca tinha visto tanto amor guardado pra se dar a uma pessoinha só. e eu sei que tu sentia,  sempre que mexia aqui dentro. mas não precisava pressa, meu pequeno, não precisava, todo esse amor te esperava. foi na tua pressa de chegar, que eu te perdi.  confesso que nunca senti tanto medo na vida, como na primeira vez que te vi. tu nasceu tão mignon, tão indefeso! tive tanto medo por ti, e por mim! tua vida parecia tão frágil, e era né? teu choro era tão baixo, que mais pareciam gemidinhos. eu não pude te beijar e te abraçar forte, porque tu era tão pequenininho, e tivemos tão pouco tempo! quando tu me deixou, meu amor transbordou em lágrimas e em dor, e de tanto chorar, encolhida na cama, eu adormecia, e quando acordava, não acreditava que meu mundo contigo, tinha virado um sonho que nunca ia ser vivido. só aos poucos foi que meu coração se acostumou a bater sozinho, encontrando em outras coisas razão pra viver, e assim, bem devagarinho, fui colhendo meus versos tristes. e  hoje, depois de quatro anos, esta é a primeira vez, que escrevo pra ti.  desculpa a demora meu anjinho, não foi porque te esqueci, mas é que só agora, posso falar do amor que eu tinha pra te dar, e não sentir no coração, lâminas me fazendo sangrar. porque o tempo, mano velho, me ajudou  a não sentir mais dor, e agora posso dizer em voz alta - gostaria de te ter aqui, meu pequeno, meu bebê, meu amor.

8.26.2010

meanwhile, i get along

i want you so bad. 

é, é isso mesmo, quero tu na minha vida. quero  todas as tuas cores. cores de Almodovar. cores de Frida Kahlo. cores. quero teus trapos jogados no meu armário. quero o cheiro do teu corpo impregnado no meu quarto. quero teu doce. teu amargo. teu salgado. teu quase amor. quase completo. quase meu. bom ou mau, não importa. quero teus beijos na minha alma. teus desejos. teus fetiches. teu tesão. tua paixão apegada. obcecada. quero tuas noites vadias de loucura. tuas desventuras. quero te desorientar. e depois orientar. quero tua presença. quero tua saudade. quero tua certeza. tua beleza. tua delicadeza. tua dúvida. teu ciúme. quero tua improbabilidade. tua casualidade que me traz felicidade. teu redemoinho de emoções. quero cair nos teus abismos. quero fraturas expostas. quero cortes em carne viva. quero borrar no teu corpo meu batom acarminado. quero tua pele debaixo das minhas unhas cinzas. quero tanto. quero muito. quero tantas coisas que se contradizem. quero encher meus pulmões de vida. quero te sentir. te ter. te ver. te pegar. te morder. te cheirar. quero teu olhar de mistério me chupando feito zoom. quero um atalho que me faça chegar mais depressa. quero tua poesia. quero lousa e giz. quero pintar uma chuva de todas as cores caindo sobre nós, enquanto tu não vem pro meu querer. quero de alguma forma parecer menos só. quero menos vazio. quero menos ausência. quero sonhar com teus olhos verde-mar e esquecer de acordar. porque nos meus sonhos, tu lambe minha existência, tu me morde, me rasga, me arranha, me amarra, me solta, e a gente faz amor até de manhã. e o mundo parece tão perfeito. eu gosto de querer as coisas assim, do meu jeito. é que sou uma menina cheia de quereres, e yo te quiero con limón y sal. e enquanto não te tenho, eu fico por aí, pra lá e pra cá, por aqui, ali, em qualquer lugar.




'tá faltando graça, e tá sobrando espaço' Teatro Mágico



- pegando o gancho da minha querida Lu Brito, do Caixa Preta.

8.24.2010

all you need is love


é tudo que precisamos não é? love love love. 

o amor quando me sobra, eu divido, dou, empresto. quando me falta, eu peço o amor de amigo, pra completar o espaço que não gosto que fique vazio. e amigo que é amigo, não empresta, dá. toma lá, dá cá. e assim é comigo e meus amigos. a gente vem se amando por semanas, meses, anos, décadas, séculos, e milênios. é, é assim, com esse exagero todo. e felizmente, sábado, 21 de agosto, depois de alguns meses, conseguimos estar todos juntos, no mesmo lugar tempo espaço. porque vocês sabem, a gente só se percebe mesmo adulto, quando o tempo falta por causa do muito trabalho, do mestrado, do primeiro filho, do cansaço físico e mental, da grana curta, e quando os encontros vão ficando cada vez mais distantes um do outro. é uma vez ou outra, que a gente se encontra pra conversar, tomar umas cervejas, ou assistir algum show super especial, e neste sábado, foi realmente supermegamasterultra especial. é que nós fomos ao show da banda ALL YOU NEED IS LOVE, maior cover dos Beatles da américa latina. não tenho muito a declarar, sou beatlemaníaca, e dizer que foi lindo, maravilhoso, perfeito, é pouco. são adjetivos simplórios demais para o espetáculo que assistimos. foi mais que um show cover. foi um tributo em grande estilo, com arranjos originais, instrumentos vintage, fidelidade de vozes, figurinos, trejeitos, e um repertório que fez a gente viajar por todas as fases dos Beatles. From Me To You, We Can Work It Out, Rock and roll music, Twist And Shout, A Hard Day's Night, Yellow Submarine, Lady Madonna, Get back, Oh! Darling, Come Together, Something, Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, e muitas outras que fizeram nossos corações baterem numa mesma sintonia. os integrantes do All You Need Is Love já tocaram no mitológico estúdio Abbey Road, viajaram no ônibus do grupo, se apresentaram seis vezes no lendário Cavern Club, e tocaram no encerramento oficial do Annual Beatles Convention, a Beatle Week, em Liverpool, na Inglaterra, para mais de 100 mil pessoas. pode até ter outro grupo melhor, mas eu só vi esse, e pra mim foi lindo e é the best of. eu me emocionei  e não fui a única, todos os presentes aplaudiam com fervor. e o momento mais especial do show foi cantar em coro all you need is love, com minhas melhores pessoas, ali do meu lado. são quase 15 anos de amizade, com momentos ímpares e bons de lembrar, e esse show será só mais um deles. não importa a falta de tempo, nem a vida atribulada, o importante é levar conosco a certeza que mesmo nos vendo pouco, laços feitos de amor, não se desatam nunca. no nosso caso, chegamos a conclusão que foi dado um nó tão cego, que vai ser muito difícil  qualquer distância ou tempo desatar. e nada como celebrar a amizade, num show onde o amor transbordava em música. os quatro garotos de liverpool, estavam certos, all you need is love. e se for de amigo, melhor ainda.



8.19.2010

all my colours and smiles


meu blog fez mais de um ano há poucos meses, e juro como eu nem percebi.  eu já tive outros blogs, mas nenhum durou tanto quanto o baila comigo. já o tenho há mais de um ano, e não sinto nem de longe, vontade de excluir, como fiz com os outros, num espaço recorde de tempo. acho que é porque me sinto ligada quase que intimamente a muitas pessoas aqui, mesmo sem nunca tê-las visto, tanto que quando passo algum tempo sinto falta de visitar alguns blogs em especial. alguns de vocês me encantaram com poesia, com verso e com graça. outros com humor, com alegria e vida. movida por sensibilidade, fui levada a muitos lugares por palavras carregadas de intensos - e diversos - sentimentos. com muitos cruzei minhas influências musicais, e com os mais sensíveis  compartilhei amor, dor, saudade, dividindo sem dó, vários pedaçinhos meus. dançei  historinhas de amor cotidianas cheias de mulherzices, e inventei uma porção de  sonhos bons pra mim. sei que posso ser apelativamente clichê e açucarada demais para alguns, e sei que para essas pessoas, escrevo tolices sobre qualquer coisa. e também sei que alguns até comentam, acredito que por cordialidade, e para retribuir minha visita. porém, outros me fazem sorrir com os olhos, quando demonstram empatia, e realmente parecem se identificar com o que escrevi, porque isso é o melhor, é a cereja do bolo.  mas o mais importante é que escrevo pra mim mesma, sem esperar muito, ou nada. eu não sei escrever música, nem poesia, mal sei rimar, eu só escrevo o que vem lá de dentro da alma, e isso me satisfaz.  

saibam que além do simples prazer de ter vocês como leitores, tenho felizes surpresas visitando cada um que dispensa um tempo pra vir aqui. por isso meu post hoje, é pra vocês.  e acreditem, adoraria poder dançar de verdade com todos que me concedem uma dança, de preferência ao som de Freedom - George Michael, música que ouvi incansávelmente, escrevendo o post. deixo pra todos que me acompanham, um afetuoso abraço. e desejo amor, cor, flor e luz na vida de cada um. e claro, felicidade no ar, sempre.




8.17.2010

amor de primeira hora

It's all right, baby blue,
gostaria de te falar sobre detalhes técnicos da minha vida, sobre minhas recorrentes crises existenciais e sobre tua chegada. assim você decide se meu lado nonsense te convence. já que você resolveu viver na minha vida, você precisa saber que eu sou inconstante. do tipo que muda quando é lua cheia sabe? e eu vivo confusa, sem saber direito que decisões deveria tomar sobre coisas sérias, e também  sobre coisinhas muito bobas. sei que posso te deixar confuso às vezes quando começo a falar feito uma esquizofrenica sobre minhas ansiedades, mas com o tempo você vai entender, ou não.  é que já fui pequena e grande, fui lá onde acham que é o topo da alegria, fechei o olho e pulei, e adivinha?poft! depois disso parei no tempo enquanto o mundo girava, e quando dei por mim, eu já havia me perdido de sonhos que eu trazia comigo há muito tempo. andei por caminhos tortos, e toda vez que dava um passo, o mundo parecia mudar de lugar, tornando tudo mais longe de mim. nesse caminho aprendi que ser feliz não é coisa à toa, e que ser dois  não é só um mais um. mas  tive mais certeza ainda que ser  sozinha é muito difícil, e não tava rolando pra mim sabe?  admito que por um tempo foi divertido bancar a solteira independente, que não se envolve e nem se deixa levar por sentimentos baratos, mas quase sempre eu me sentia um fraude ambulante, vivendo uma farsa. porque a verdade é que eu sozinha por muito tempo, fico chorosa, e eu triste, não sirvo de companhia nem pra um cachorro pulguento. mas aí tu chegou mansinho, bem como eu acho que deve ser. pra mim né. tu completou sem invadir. confortou sem sufocar. tu chegou como uma cor clara, um tom nude, e foi colorindo até virar uma profusão de cores, matizes e tons. tudo ao mesmo tempo, colorindo minha vida. tu não chegou de um jeito devastador, como uma luz forte furta-cor me cegando, me confundindo toda, e sabe, há long long long time eu esperava algo assim. namoro na sala, amor com calma, com cor, música, cafuné, beijo e paz.

 


o nosso encontro é bonito
trouxe sossego divino
teu aconchego, eu, menina, aceitei

  eesse amor de varanda
rede luar e ciranda
tem a beleza que nunca sonhei
Pedro Luís e a Parede

8.15.2010

falling in love

foi a primeira vez que saímos juntos. ele pediu cerveja. brahma. minha favorita. conversa vai e vem. ele citou chico. achei clichê, mas gostei. falamos daquela música de Luiz Melodia, e daquela outra de Céu. os mesmos gostos. o mesmo tom. a mesma nota musical. ele falava olhando nos meus olhos. isso me deixou meio nervosa. ele não falava gírias o tempo todo. eu gostei. não falava em modernidades, celulares, carros e outras chatices. adorou quando atendi meu telefone velho, mostrou o seu ainda mais velho. eu usava unhas cinzas, não sei se ele gostou. talvez tenha achado estranho. ele usava barba. eu gosto. faz cócegas gostosas e é sexy. ele se desculpou por não tê-la feito. eu sorri e disse que era barbudete. ele sorriu. ele gostou, eu notei. ele tinha um cheiro bom e nossas mãos se encaixaram de um modo calmo. nos olhamos. ficamos calados por uns segundos. nos beijamos. ele tinha a boca macia. não aguentei..mordi! de leve. ele me beijou forte. meu corpo suspirou e fiquei trêmula. sofri um abalo sísmico. ele sorriu. eu sorri. sorrimos juntos. meus olhos brilharam, e me entregaram. minhas placas tectônicas se chocaram. e eu sei que ele notou. ou sentiu. o mundo parou. respirei fundo, e deixei a maré alta subir. ouvi uma canção de elvis na minha cabeça. can't help falling in love. de repente uma calma. soube naquele momento que o novo havia chegado. o amor esticou a mão lá de cima, me agarrei forte e tirei os pés do chão. na mesma noite, amanhecemos olhando o mar. tanto clichê assim, só pode ser amor. e quem vai dizer que não é?


8.14.2010

tenho preguiça de ser triste


                        moça-carente-aguarda-um-amor-urgente
eu sou otimista, e perto de mim gosto de gente que crê na vida. que tem fé. Je suis désolée, queridos amigos amargos e tristonhos, mas gosto mais dessa gente que dá as caras pra o que vier, que bate-cabelo, que sorri sozinho das pegadinhas da vida e se entusiasma com a ternura das pequenitudes.  gente que tem certeza que existe alguém que caiba no seu sonho, e acredita em algum lugar além do arco-íris. gente que dorme pra descansar, e pra sonhar.  gente que pega carona com a brisa, e com a garoa. gente que fica feliz com o desasossego chamado paixão e que não teme a saudade pungente. dessa gente eu gosto.  mas dessa gente que se acha especial demais pra se dar, eu tenho preguiça. gente que é do mal, que tem alma suja, podre, que carrega no peito um coração  mal cicatrizado. não me entendam mal, não é dessa gente que já sofreu tentanto ser feliz que eu falo, gente que apanhou da vida e agora tem medo do que é incerto. eu falo é dessa gente que cospe veneno no sonho alheio. gente que tem medo de amar errado, e de ser exagerado. gente desagradável, que não sabe ser amável. gente ranzinza, rabugenta, que desdenha dos românticos. gente que acha ridículo um amor inventado. gente egoísta, e mal amada. ou quem sabe pouco ou nunca amada. dessa gente, eu tenho pena, e muita, muita preguiça.

estou carente de amor, nunca de alegria.


8.13.2010

ontem sonhei com um amor brega

nele eu era luz, raio, estrela, luar, manhã de sol, iaiá e ioiô. era doce amada, doce mel, pedaço de céu estrelado,  colombina e pierrot. era miragem inocente no olhar de um sonhador. metade zezé metade wando. ai de mim! juro pra vocês como eu queria viver um amor cafona assim.
-

fim de tarde lilás



                                                                     
hoje eu não vou falar de amores, nem de cheiros, nem  de dores. não vou descrever minha solidão e nem minha vida caótica. não vou despejar em vocês minha cólica mental. hoje não. hoje um novo ciclo acaba de começar. vida nova com cor. com parede azul turqueza. com abraço de chegada. abraço de despedida.  com visita todo dia. com risada na cozinha preparando almoço. vida nova com almofada colorida na sala. com  presente de crochê da vovó. com verde. com flor.  com fotografia na parede e cheiro de aconchego. com doce de leite com nozes na geladeira. com cerveja, samba, bossa e rock and roll.  lar novo, com cheiro de sonho bom. só falta jogar purpurina pra cima, e ser feliz.
  

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