5.27.2010

j'aime

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Tulipa Ruiz - Efêmera
Mariana Aydar - Peixes Pássaros Pessoas
Karina Buhr - Eu menti pra você
Jardim das Horas - O Quarto das Cinzas
Chico Buarque - Por Elas



se fossem discos já teriam furado.




5.24.2010

mi corazon

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um dia meu coração, que sempre foi todo assanhado, subiu na garupa de uma moto e foi embora. ficou um tempo sumido, sem ninguém saber dele, apenas eu. meses depois ele voltou sangrando, machucado, esfarrapado, pálido, fraco, meio amarelado. só eu sei por onde ele andou, e o que ele passou, mas ele mesmo não se abriu pra ninguém até hoje. ele voltou estranho, teimoso, dificilmente sai da cama, e acelerar que é bom, nem pensar. só ouve música sozinho, e nem quer saber de bater forte quando surge um arco-íris dentro dos meus olhos. ele não atende meu querer, e se acha dono de si mesmo, todo arrogante sem querer dançar mais comigo. voltou ranzinza, rabugento e nem gosta mais de folia perto dele.  meu coração tá todo esquisito, escolhendo uma nova cor pra ser, disse que cansou de ser vermelho piscante, e eu já não sei mais o que fazer. meu coração não é mais o mesmo.

 

5.17.2010

you my number one guy

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ma vie, hoje senti mais saudade que nunca. é que viviamos tão juntos e tão sempre, que a minha social life nunca mais foi - e nem será - a mesma sem você. você se jogou pra longe nesse mundo louco, e não voltou mais, me deixando aqui sem o abraço nosso de cada dia. sinto falta de fazer planos nonsense contigo, que na verdade pouco importava se daria certo, a nossa alegria mesmo era só olhar juntos na mesma direção. nós sempre fomos iguais em afinidades, e apesar de sermos dois extremos em personalidade, compartilhamos quase sempre as mesmas idéias sobre vida, amor, dinheiro, sexo e culpa. nos acostumamos a navegar juntos num mar de excessos, de possibilidades, e nos esbaldamos na diversidade sem afetações, isso tudo, sem nunca nos desorientar da nossa identidade. sinto mesmo muita saudade das nossas noites de quintas purpurinadas no Mercê, dançando freneticamente embalados por Joy Division e Franz Ferdinand. apesar dos dissabores, das dores, da falta de amores, e de todas as coisas incompreenssíveis que nos aconteceram, nos divertimos e nos emocionamos, alimentando nossos corações com uma dose diária de amor. gosto de lembrar daquela época que não dissociavamos o trabalho das nossas vidas, e passavamos o dia oscilando entre a idiotice e a genialidade, emaranhando todo os nossos sonhos, sentados no chão do ateliê. lembra que a fórmula da nossa felicidade era simples? é por isso sinto saudade demais de estar contigo, porque tu é aquela pessoa com uma alma de cor linda, quase furta-cor, que faz a gente querer estar ali, sempre do teu lado, sentindo a sensação de ter encontrado um porto minimamente seguro. quando estavamos juntos num momento dancingfloor, as janelas de nossas almas se abriam para nossas canções orgásmicas, e o tempo ficava suspenso, fazendo qualquer tristeza se dissipar como uma névoa soprada pelo vento. sabe, a vida continua boa, mas com você por perto, era muito melhor. eu  sei que de longe, continuaremos iguais, sempre procurando novos horizontes criativos, e que nessa incansável busca pela realização profissional, você nunca deixará seu talento escoar no ralo da mesmice. saiba que minha fé em ti é inabalável, e se algum obstáculo se opuser no seu caminho, nunca esqueca que frustrações são próprias da nossa existência comum, e que tudo, por mais absurdo que possa parecer, pode dar certo. você tem caráter, tem savoir-faire, e é belo em essência, e me sinto iluminada por ter você presente, ainda que ausente, na minha vida, pois apesar das novidades que surgem serem menos interessantes sem você aqui, eu sei que a nossa história feliz não tem fim com a distância - nem com a morte, pois sei que nos encontraremos em algum buteco sagrado em alguma esquina do céu - mas enquanto isso meu amigo, toma conta de ti aí longe de mim, que daqui, eu te desejo luz, muita luz. je t'aime ma vie.


5.14.2010

o som do meu coração

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Eu não sei dizer nada por dizer

Então eu escuto...



Fala - Secos e Molhados.

5.12.2010

onde deixei meu samba?

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o samba tocou, e pela primeira vez, eu apenas observei as rodas de amigos. observei os casais, e o coro que acompanhava o sambista. observei o namorado, que mais parecia um charmoso mestre sala na avenida, e a namorada , com seu vestido florido sambando com o amor de quem ama o samba, assim como uma rainha de bateria. eu apenas observei, e não sambei. sou do tipo que não pode sentir o vento bater no vestido que já sai no miudinho, mas fiquei apenas observando. o sambista cantava pro samba não morrer, e eu pensava: onde está meu samba? ai, um nó garganta, como se soubesse a resposta. de que adianta tanto samba no pé, tanto amor no coração, tanta paixão correndo nas veias, se não tem mestre sala pra me cortejar? não, eu não gosto de reclamar da vida, acho até que ela é bonita, é bonita, e é bonita, mas quando bate a solidão é como se a gente virasse um poeta, e arrancasse as palavras de dentro do peito, já diz o bom e velho samba. sinto meu coração mais uma vez, com algo pontudo e cortante dentro dele, e que o faz sangrar em forma de um samba de desamor de Noel Rosa. é que eu preciso e gosto dessa coisa chamada aconchego, sossego, calmaria. não quero mais samba de desamor. quero ser choro de cavaquinho, violão, e flauta. quero ser a dona do lugar, o iaiá e o ioiô. já levei tanta flechada de cupido, que meu peito até parece tábua de tiro ao alvo, e não tem mais onde furar. foi por isso que não sambei, porque no meu coração só toca samba de desamor, e samba sem mestre sala, eu não quero mais. estou mesmo é afim de um pouco de partido alto.




*andei relendo antigas postagens, e resolvi repostar essa. momentos assim vão e voltam sempre.

5.11.2010

let it be

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fiz um honroso pacto com a solidão: vou deixar fluir, e seguir a segunda estrela à direita, direto até o amanhecer.

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5.04.2010

lamentos amontoados

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eu nunca mais fui, nunca mais fiquei, nunca mais tive, nunca mais senti. ninguem nunca mais me provocou epifanias e nunca mais ardi em chamas como as bruxas da salem. é tanto vazio que me preenche, que me dá uma agonia besta e um ódio da solidão, que pelos mais óbvios e odiosos motivos, eu passo a odiá-la cada dia mais, sobretudo porque ela faz com que eu sinta que a minha vida é uma pilha de fracassos sentimentais num quarto sujo e cheio poeira. não há nada latente em mim além da dor de se estar só. onde deveria ter música, tem silêncio, e onde deveria haver flores, tem apenas um jardim seco no verão.

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